terça-feira, 12 de novembro de 2019

Life after death / Vida após a morte


Ainda o inverno não se havia despedido quando a raiar a primavera nos aventurámos pela Serra da Lousã, em demanda de veados e outros seres que povoam aquela paisagem montanhosa. Numa clareira criada pelos homens, sob a proteção de um esticado povoamento de pinheiro-de-casquinha (Pinus sylvestres) entre as muitas toiças por ali enraizadas, encontrámos estas, de uma espécie de carvalho, já sem vida, cujos anéis de crescimento nos indicavam que os seus cinco rebentamentos haviam sido cortados quando alcançavam cerca de 30 anos de idade. Nos seus meandros, beneficiando da humidade ali retida e da escassa matéria orgânica em decomposição, tufos de musgo, a fazer lembrar um pequeno “arquipélago verde”, medravam lentamente, fazendo ressuscitar a vida naquele fragmento de morte.